Dois espelhos planos são dispostos de maneira a formar entre si um ângulo α. Sobre um deles faz-se
incidir um raio de luz. Determinar o ângulo formado por este raio incidente com o raio refletido do segundo
espelho.
Construção do caminho do raio de luminoso:
No ponto de incidência do raio de luz sobre o espelho 1 desenhamos a normal ao espelho
(N1), o raio de luz forma com a normal o ângulo de incidência
\( {\hat{i}}_{1} \)
(Figura 1).
Usando a propriedade dos espelhos planos que diz que o raio refletido forma com a normal o mesmo
ângulo que o raio incidente, traçamos o raio refletido formando com a normal o ângulo
\( {\hat{r}}_{1} \),
sendo
\( {\hat{i}}_{1}={\hat{r}}_{1} \).
O raio refletido forma com o espelho 1 um ângulo
\( \hat{\beta} \)
(Figura 2).
\[
\begin{gather}
{\hat{r}}_{1}+\hat{\beta }=90°\\
\hat{\beta
}=90°-{\hat{r}}_{1} \tag{I}
\end{gather}
\]
O raio refletido pelo espelho 1 incide sobre o espelho 2, no ponto de incidência do raio de luz
desenhamos a normal (N2), o raio de luz forma com a normal o ângulo de incidência
\( {\hat{i}}_{2} \)
(Figura 3).
Como o raio refletido forma com a normal o mesmo ângulo que o raio incidente, traçamos o raio
refletido formando com a normal o ângulo
\( {\hat{r}}_{2} \),
sendo
\( {\hat{i}}_{2}={\hat{r}}_{2} \).
O raio refletido forma com o espelho 2 um ângulo
\( \hat{\gamma } \)
(Figura 4).
\[
\begin{gather}
{\hat{i}}_{2}+\hat{\gamma}=90°\\
\hat{\gamma}=90°-{\hat{i}}_{2} \tag{II}
\end{gather}
\]
Prolongando-se o raio que incide sobre o espelho 1 e o raio que reflete no espelho 2 para trás dos
espelhos encontra-se o ângulo
(\( \hat{x} \))
pedido no problema (Figura 5).
Esquema do problema:
Como no espelho 1 o raio incidente forma um ângulo
\( {\hat{i}}_{1} \)
com a normal
N1, este também é o ângulo entre os prolongamentos do raio de luz incidente e
da normal para trás do espelho (Figura 6, em azul à esquerda). Como o raio incidente e o raio refletido
formam o mesmo ângulo com a normal
(
\( {\hat{i}}_{1}={\hat{r}}_{1} \)),
o ângulo do prolongamento do raio de luz também vale
\( {\hat{r}}_{1} \),
e pela expressão (I) acima, o ângulo entre este prolongamento e a parte de trás do espelho vale
\( \hat{\beta} \).
Assim o ângulo entre o raio refletido e o prolongamento do raio incidente vale
\( \hat{\beta}+\hat{\beta}=2\hat{\beta} \).
No espelho 2 o raio refletido forma um ângulo
\( {\hat{r}}_{2} \)
com a normal
N2, este também é o ângulo entre os prolongamentos do raio de luz refletido e
da normal para trás do espelho (Figura 6, em azul à direita). Como o raio incidente e o raio refletido
formam o mesmo ângulo com a normal
(
\( {\hat{i}}_{2}={\hat{r}}_{2} \)),
o ângulo do prolongamento do raio de luz também vale
\( {\hat{i}}_{2} \),
e pela expressão (II) acima, o ângulo entre este prolongamento e a parte de trás do espelho vale
\( \hat{\gamma} \).
Assim o ângulo entre o raio incidente e o prolongamento do raio refletido vale
\( \hat{\gamma}+\hat{\gamma}=2\hat{\gamma} \).
Solução
Considerando o triângulo formado pelo raio de luz refletido pelo espelho 1 e pelos dois espelhos
(Figura 7), temos que a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 180º
\[
\begin{gather}
\hat{\alpha}+\hat{\beta}+\hat{\gamma}=180°\\
\hat{\beta }+\hat{\gamma }=180°-\hat{\alpha} \tag{III}
\end{gather}
\]
Figura 7
Considerando agora o triângulo formado pelo raio de luz refletido pelo espelho 1 e pelos 2 prolongamentos
dos raios de luz (Figura 8), aplicamos novamente a condição da soma dos ângulos internos do triângulo
\[
2\hat{\beta}+2\hat{\gamma}+\hat{x}=180°
\]
Figura 8
colocando o fator 2 em evidência
\[
\begin{gather}
2(\hat{\beta}+\hat{\gamma})+\hat{x}=180° \tag{IV}
\end{gather}
\]
substituindo a expressão (III) na expressão (IV)
\[
\begin{gather}
2(180°-\hat{\alpha})+\hat{x}=180°\\
360°-2\hat{\alpha}+\hat{x}=180°\\
\hat{x}=180°-360°+2\hat{\alpha}
\end{gather}
\]
\[ \bbox[#FFCCCC,10px]
{\hat{x}=2\hat{\alpha}-180°}
\]